quinta-feira, dezembro 08, 2005

Radiografando a dor

Simple acordou com uma dor dilacerante em seu peito. Ele não sabe o que fazer. Ele nada pode. As reflexões o torturam logo no café. O ódio acompanha sua dor. Tudo o que ele precisa é de um pouco de atenção. Não a tem. Ele sonha com a infância. Ele ouve Schumman. Sofre. Desiste da música e folheia um velho livro de poemas. Em sua mente surge, inesperadamente, um nome e isso o tortura. Um afeto. Um carinho. Um toque dos lábios em sua fronte. Ele deseja uma vida. O sofrimento é a coisa mais estranha e mais pura que existe. Simple dói. Ele não gosta de nomes. Toda pessoa a quem ele chama pelo nome, desaparece. Agora ele ouve 'Old Man River'. Sente uma força inexplicável. Seu sonho não é, não pode ser, não estará. Em cada batida de seu coração, pulsa uma dor. Simple é um refugiado de alguma coisa. O mundo ao qual ele se agarrou e as vidas que ele prezou, fazem parte de algo maior, supremo. Isso o destrói. Atenção! Dói tanto... E Simple cai em sono novamente.

1 Comments:

Blogger Aurélio Araújo said...

Michele, você é, de fato, uma escritora brilhante. Adoro quando você escreve sobre Mr. Simple. Acho que todos, sem exceção, têm uma pitada de Mr. Simple em suas vidas.

Abraço do Lélio pra você.

sexta-feira, dezembro 09, 2005 6:16:00 PM  

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