O amor pós-moderno
“Tudo que é sólido se desmancha no ar”.
(Marshall Bermam)
Hoje as minhas três personalidades se uniram em uma somente.
Seria isso possível?
Por um curto espaço de tempo: sim!
O princípio de uma tensão aparentemente irrevogável entre o modo como as pessoas sentem que vivem e as formas usadas para exprimir essa sensação, registra a intensidade da experiência interior de experimentar a si mesmo.
Sim, apresento-te a cultura pós-moderna! Esta, em algum momento da história, fora ‘moderna’. Quiçá uma aventura, quiçá uma tragédia.
Essa experimentação de si mesmo, essa constante tensão, fez com que o ‘amor’ sofresse uma mutação.
A operação unificadora da pós-modernidade mutilou e empobreceu a imagem do amor. O homem pós-moderno descobriu modos de sentir e de pensar que não estão longe do que chamamos de ‘parte noturna do nosso ser’. Tudo aquilo que a razão, a moral ou os costumes modernos nos fazem ocultar ou depreciar, constitui a única atitude possível ante a realidade.
A velocidade da modernidade é fascinante.
O estardalhar das máquinas soa como um rito aborígene aos meus ouvidos.
Me delicio com o moderno!
Mas não... no amor não... deixa o amor ser amor!!
Ordeno-te modernidade, deixa o amor com sua essência!
Chegastes a mim oferecendo-me um pseudo-amor. Continuarei perdendo-me e achando-me em suas teorias...
Para o teu “amor”: até.
1 Comments:
Mais um ótimo texto de sua parte.
Sobre essas mutações e mutilações do homem moderno, eu diria que Álvaro de Campos em Ah, um soneto... explica isso super bem ao dizer que "Meu coração é um almirante louco / que abandonou a profissão do mar e / que a vai relembrando em casa / pouco a pouco, a passear, a passear (...) Mas esta é boa! / Era do coração que eu falava / E onde diabos estou com almirante em vez de sensação?".
Enfim, há uma busca muito grande pela sensação e, com isso, o amor acaba sendo deixado em segundo plano. Eu sou um daqueles passadista que apesar de adorar essa busca pela sensação, ainda acha que deve-se deixar o amor ser amor.
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