quarta-feira, outubro 26, 2005

O amor pós-moderno

“Tudo que é sólido se desmancha no ar”. (Marshall Bermam) Hoje as minhas três personalidades se uniram em uma somente. Seria isso possível? Por um curto espaço de tempo: sim! O princípio de uma tensão aparentemente irrevogável entre o modo como as pessoas sentem que vivem e as formas usadas para exprimir essa sensação, registra a intensidade da experiência interior de experimentar a si mesmo. Sim, apresento-te a cultura pós-moderna! Esta, em algum momento da história, fora ‘moderna’. Quiçá uma aventura, quiçá uma tragédia. Essa experimentação de si mesmo, essa constante tensão, fez com que o ‘amor’ sofresse uma mutação. A operação unificadora da pós-modernidade mutilou e empobreceu a imagem do amor. O homem pós-moderno descobriu modos de sentir e de pensar que não estão longe do que chamamos de ‘parte noturna do nosso ser’. Tudo aquilo que a razão, a moral ou os costumes modernos nos fazem ocultar ou depreciar, constitui a única atitude possível ante a realidade. A velocidade da modernidade é fascinante. O estardalhar das máquinas soa como um rito aborígene aos meus ouvidos. Me delicio com o moderno! Mas não... no amor não... deixa o amor ser amor!! Ordeno-te modernidade, deixa o amor com sua essência! Chegastes a mim oferecendo-me um pseudo-amor. Continuarei perdendo-me e achando-me em suas teorias... Para o teu “amor”: até.

1 Comments:

Blogger Aurélio Araújo said...

Mais um ótimo texto de sua parte.

Sobre essas mutações e mutilações do homem moderno, eu diria que Álvaro de Campos em Ah, um soneto... explica isso super bem ao dizer que "Meu coração é um almirante louco / que abandonou a profissão do mar e / que a vai relembrando em casa / pouco a pouco, a passear, a passear (...) Mas esta é boa! / Era do coração que eu falava / E onde diabos estou com almirante em vez de sensação?".

Enfim, há uma busca muito grande pela sensação e, com isso, o amor acaba sendo deixado em segundo plano. Eu sou um daqueles passadista que apesar de adorar essa busca pela sensação, ainda acha que deve-se deixar o amor ser amor.

quarta-feira, outubro 26, 2005 6:47:00 PM  

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