domingo, outubro 30, 2005

O novo Provão?

No dia 06 de novembro, os concluintes do ensino superior no Brasil farão o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE).
Qual a necessidade desse "exame"? Seria uma espécie de vestibular para os alunos que se aproximam do (tão sonhado) fim do curso? Ou seria apenas uma prova para se cortar as cabeças daqueles que não se dedicaram integral, física e psicológicamente ao curso?
Confesso que não estou com a mínima vontade de fazer esse teste, pois nada muda -- pelo menos para mim. Muitos professores do ensino superior se consideram muito acima da linha do bem e do mal e, por isso, não estão e dificilmente estarão dispostos a rever suas práticas pedagógicas e/ou didáticas.
Em relação a esse tipo de "provão", tudo que eu mais gostaria de saber é a finalidade do mesmo. Se é que há uma.

quarta-feira, outubro 26, 2005

O amor pós-moderno

“Tudo que é sólido se desmancha no ar”. (Marshall Bermam) Hoje as minhas três personalidades se uniram em uma somente. Seria isso possível? Por um curto espaço de tempo: sim! O princípio de uma tensão aparentemente irrevogável entre o modo como as pessoas sentem que vivem e as formas usadas para exprimir essa sensação, registra a intensidade da experiência interior de experimentar a si mesmo. Sim, apresento-te a cultura pós-moderna! Esta, em algum momento da história, fora ‘moderna’. Quiçá uma aventura, quiçá uma tragédia. Essa experimentação de si mesmo, essa constante tensão, fez com que o ‘amor’ sofresse uma mutação. A operação unificadora da pós-modernidade mutilou e empobreceu a imagem do amor. O homem pós-moderno descobriu modos de sentir e de pensar que não estão longe do que chamamos de ‘parte noturna do nosso ser’. Tudo aquilo que a razão, a moral ou os costumes modernos nos fazem ocultar ou depreciar, constitui a única atitude possível ante a realidade. A velocidade da modernidade é fascinante. O estardalhar das máquinas soa como um rito aborígene aos meus ouvidos. Me delicio com o moderno! Mas não... no amor não... deixa o amor ser amor!! Ordeno-te modernidade, deixa o amor com sua essência! Chegastes a mim oferecendo-me um pseudo-amor. Continuarei perdendo-me e achando-me em suas teorias... Para o teu “amor”: até.

terça-feira, outubro 25, 2005

Desenhos (des)animados

Sempre que penso nos programas infantis de TV eu lembro da minha infância. Quando eu era criança -- e olha que nem faz tanto tempo assim --, os desenhos animados eram realmente desenhos animados. A trilha de sonora de Pernalonga, Patolino, Papaléguas e outros desenhos era composta em sua grande maioria por músicas clássicas. Ponto para Mozart e Beethoven! O objetivo principal dos cartoons era divertir e, de certa forma, educar o público infantil.
Hoje em dia, alguns anos após a tão famosa década de 1980, os desenhos animados americanos perderam o lugar para os -mons japoneses. A criançada do final da década de 1990 e meados da década de 2000 prefere assistir às sessões de input de violência e massacres em Digimon, Pokémon, "Icagumon", "Xongamon" e outros mons que fazem parte dessa cultura.
Lembro com saudade da maleta do Gato Félix, que era super parecida com a bolsa que Raquel -- a protagonista de A Bolsa Amarela, de Lygia Bojunga Nunes -- carrega em sua tentativa de se tornar escritora. Lembro-me das loucuras dos Animaniacs, do Pica Pau, dos personagens de Tiny Toon. Enfim, lembro-me com saudade do tempo em que os desenhos animados não educavam as crianças para a violência. É tão ruim ver crianças praticamente se degladiando nas escolas, só porque um Nhacamon ou um Bobomon faz isso no desenho...
Faço minhas as palavras de Mário de Andrade em seu Prefácio Interessantíssimo ao dizer que "Sou passadista, confesso." Mas prefiro um passado mais doce, em que a infância não era regada a sangue, mortes, seqüestros e outros temas apresentados pelos animes japoneses.

domingo, outubro 23, 2005

Minha alma fala...

Eu mesma provoco choques tremendos dentro de mim. Possuo três personalidades muito fortes. Uma que é a pura essência da arte, fluida, bela, e tem uma leve coloração azul; outra é a minha consciência: é parda, pesada, sombria e severa. Outra: utópica, visionária, tem cor de creme, com riscos avermelhados e roxos com um pouco de dourado! Eu as distingo perfeitamente. Se a primeira personalidade vencesse, eu seria quase uma deusa; pura, quase inerte, passaria por tudo vibrando, refletindo como um cristal, e produziria sons. Uns sons um pouquinho dissonantes, sabe como? Assim como se eu caísse numa cachoeira e as gotas frias me fizessem gritar de susto. Uns gritos mais agudos e umas risadas que a gente dá sem motivo, um tanto desafinadas, mas bonitas. Eu seria assim, se a minha primeira personalidade vencesse.Eu seria intocável. Tudo me faria vibrar, mas seria delicada; nada seria capaz de ferir-me ao ponto de sair sangue. Seria como uma harpa longa, cheia de beleza, mas sem intensidade. Quanto à segunda personalidade, eu quase não a distingo. É esquisita. A pobre coitada sofre tanto a força da primeira e da terceira que ainda não está bem formada (É por isso que nem sempre raciocino com muita clareza). Concorda com a audácia da terceira personalidade, mas discorda dos seus desejos; condena a superficialidade e adora a forma, a cor e a vedadeira beleza que ela tem. É por isso que ela é parda, cinzenta quase. Vive numa profunda melancolia, procurando resolver um problema sério: decidir, como um juiz imparcial, qual das duas personalidades será a mais forte e a mais digna de vitória? É essa pobre melancolia que, às vezes, é visível em mim. É a consciência que pasma de mim mesma. A primeira e a segunda, a princípio, ficam cheias de remorso e, depois, começam a rir. Riem loucamente! Ha ha ha!!!! É uma coisa que existe lá dentro, que não sei o que é. Fico compungida. Dá um aperto no coração! É algo que existe, mas quase nunca aparece. Nunca. Fica sempre desconhecida, mas, no momento de um choque entre as três personalidades, ela surge de leve, mas persistente, parece assim uma gotinha d'água que treme no cantinho dos meus olhos. É esquisito! E de repente some de novo... E agora vamos à minha maravilhosa terceira personalidade. É notável. É cheia de dinamismo. Brilhante! Um pouquinho insensível, às vezes. Calejada... se encanta com coisas e situações simples, embora tremendamente forte. É assim como as cordas de um violão que permitem o som. É forte, intensa, humana. Ama, chora e morde. Sabe muito bem o que quer. Briga, deseja, anseia, e tem um prazer imenso em se encostar como um gigante infantil em cima do azul e do cinzento. Se recosta como num divã, na transparência da primeira personalidade. Brinca com ela e, de vez em quando, tira um mi bemol, um lá, forte e intenso. É a maravilhosa violonista que toca para se divertir com a própria brincadeira, e faz um barulho tremendo. Gosta de beijos e de revolução. Tudo se mistura, se condensa. Primeira, segunda e terceira personalidades que dão essa confusão nebulosa, parda, azul, dourada, avermelhada de som, de melancolia, de um ritmo alucinante e, às vezes, de inércia e de espanto: essa confusão humana sou eu. Absolutamente eu! Eis a minha alma que nunca ninguém decobriu, que nunca ninguém atingiu, mas que todas as coisas juntas, tocam e fazem vibrar. Como escrever para a Temps de Vivre sem me apresentar à você, leitor? Eis o que sou!

sexta-feira, outubro 21, 2005

Sorte...

Iniciei esta semana pensando como pude eu ter nascido perfeito? Não uma perfeição egoísta ou narcisista, mas digamos: funcionalmente perfeito. Quando parei para refletir, isso soou para mim como se eu tivesse acertado em alguma loteria de prêmio acumulado e gigante.
Já explicarei aos caros leitores esta minha súbita questão. Estou, como já disse no post anterior, na última fase de Educação Física e nesta fase tenho quatro disciplinas relacionadas à educação especial. Foi numa noite, quando estava preparando um trabalho para apresentar na disciplina de Fundamentos da Educação Física Adaptada que me peguei pensando sobre isso.
É euforicamente perigoso pensar que dentre tantos problemas e causas de deficiências, que vão de fatores genéticos aos não-genéticos, das inúmeras síndromes e mal-formações, que até hoje passei ileso e aqui me apresento “perfeito”. É eufórico pensar nisso, pois, dentro de nossa cultura da produção, posso me considerar um campeão, contudo é perigoso, pois pode fazer com que eu simplesmente esqueça que existem pessoas com necessidades especiais, e que uma melhor qualidade de vida destas depende de mim.
Retomando o que falei sobre a liberdade de Sartre, ela envolve todas as esferas de nossa sociedade, pois para sermos livres devemos libertar a todos, é assim que eu o compreendo. Esta questão pode ser associada a moralidade de Kant, apesar de ser um iluminista, este já dizia que o estágio máximo, que devemos buscar atingir, da moralidade é o bem de todos. Entretanto vemos que estamos muito, mas muito longe disto. É só olhar ao redor...
Como gosto de divagar e possuo pensamentos ariscos e estes já estão seguindo em outra direção. Retomando a moralidade, estamos vivendo em um mundo cada vez mais “virtualmente” (não no sentido de virtual, web, etc. mas sim de ilusório) integrado, pois, cada vez mais pensamos em nós mesmo e esquecemos do nosso redor. Criticamos e xingamos os políticos em todas as esferas, mas não olhamos nossos pequenos, e até tolos atos corruptos, mas não menos nocivos. Lembrando o poema do post passado: “Não há homem que seja por si sem, antes disso, ser toda humanidade” (Adilson S. Cardoso).
Bem não pretendo me estender muito mais. O recado que pretendo deixar é que devemos sim agradecer e até festejar o que somos e quem somos, mas não devemos esquecer os outros, pois estes, direta ou indiretamente, afetarão a nossa vida.

quarta-feira, outubro 19, 2005

We’re the same soul

Sometimes You Can't Make It On Your Own
Tough, you think you’ve got the stuff
You’re telling me and anyone
You’re hard enough
You don’t have to put up a fight
You don’t have to always be right
Let me take some of the punches
For you tonight
Listen to me now I need to let you know
You don’t have to go it alone
And it’s you when I look in the mirror
And it’s you when I don’t pick up the phone
Sometimes you can’t make it on your own
We fight all the time You and I… that’s alright
We’re the same soul
I don’t need… I don’t need to hear you say
That if we weren’t so alike
You’d like me a whole lot more
Listen to me now I need to let you know
You don’t have to go it alone
And it’s you when I look in the mirror
And it’s you when I don’t pick up the phone
Sometimes you can’t make it on your own
I know that we don’t talk I’m sick of it all
Can - you - hear - me – when – I – Sing?
You’re the reason I sing
You’re the reason why the opera is in me…
Where are we now? I’ve got to let you know
A house still doesn’t make a home
Don’t leave me here alone...
And it’s you when I look in the mirror
And it’s you that makes it hard to let go
Sometimes you can’t make it on your own
Sometimes you can’t make it
The best you can do is to fake it
Sometimes you can’t make it on your own
Speaking about a song is not always an easy task. However, I was here remembering a very special song. It truly speaks to my soul and I believe it has the power of touching sensitive minds. Sometimes you can’t make it on your own suggests, from its title alone that we are beings connected with other people and we need their help in order to keep going on. As our friend said in the previous post, we can only be free from the moment we see the other around us. And Bono Vox sings in his third strophe,
I need to let you know
You don’t have to go it alone,
that two people can be one and, therefore, be able to build a home and not simply a house. He also sings that
And it’s you when I look in the mirror,
and we can understand, and also accept and live this truth, that we are not ourselves just by ourselves. Someone, I would say many people, is behind the soul, the body and the spirit living in you. We are our parents, our friends, our acquaintances, our bosses, our enemies and so on. And finally, these people may become the reason why you sing, you live or even the reason why the opera is still alive in you. Only one thing else I wanted to say. This song is a tribute to Bono’s father. He died recently and Bono had the chance to spend his last few days with him, sharing the memories sung in Sometimes you can’t make it on your own.
A beautiful example that selfishness does not fulfill our souls!

segunda-feira, outubro 17, 2005

Flogorréia

Fico reparando na vida de baladas e festas das pessoas nos fotologs. É tão raro encontrarmos um flog com aquelas fotos de reuniões familiares, obras de arte, poemas concretistas e por aí vai, ao passo que 9 entre 10 fotologs (com o perdão da generalização -- verdadeira) trazem fotos de agitos, pessoas bonitas, baladas, festas movimentadas, reuniões de amigos à beira da piscina etc e tal.
Por que será que grande parte das pessoas insistem em continuar vivendo num mundo de plástico? Os flogs raramente apresentam pessoas feias, obesas, banguelas, financeiramente desfavorecidas e por que isso? Porque a vida real dói? Sim, talvez.
Quando eu penso nessa flogorréia ou nessa flogorragia, com o perdão dos neologismos, eu sempre me remeto ao texto em que eu falo do mundo retratado por Edith Wharton em A época da inocência.

quinta-feira, outubro 13, 2005

Introducing Neno

Bem, esta é minha primeira publicação na revista por isso acho necessária uma pequena introdução sobre a minha pessoa. Nasci em Blumenau, Santa Catarina, e atualmente resido em Florianópolis, SC. Estou me graduando em Educação Física em Dezembro mas amo a arte, qualquer expressão desta. Pois a arte me inspira a ser livre, percorrer o mundo de olhos fechados.
Aliás, gostaria de lhes falar um pouco sobre liberdade. Esta e fundamental para todas as pessoas, segundo o filósofo Francês: Jean-Paul Sartre. Mas o que é liberdade? E no mundo em que vivemos, qual o sentido da liberdade?
Poderíamos dizer que ter liberdade é estar com quem se gosta, fazer o que nos deixa felizes, ir aos lugares que queremos, é falar, cantar, sorrir, amar, sonhar e toda uma gama de sentimentos que poderíamos perder um bom tempo aqui definido. Até o sofrer pode ser uma forma de sermos livres. Mas deixo uma pergunta a vocês: na sociedade em que vivemos (tão cheia de regras, "políticas", modismos, manipulações e todo tipo de dominação e egoismo) como ser livre, sinceramente livre?
Sartre expõe que para sermos livres devemos pensar nos outros, pois as pessoas só podem ser felizes sendo livres. Em mundo um "todos são felizes" é uma utopia que deveria ser sonhada por todos. O poema a seguir expõe, de uma forma pesoal, o entendimento das idéias de Sartre.
Não sou eu,
Nem sou outro.
Mas é no outro
Que reconheço o que sou.
Minha liberdade
É a liberdade de outrem
E todas elas
São minhas também.
Existo sem saber minha essência,
Nem a do outro.
Não sei,
Nunca saberei.
Apenas existo
E construo a cada passo,
A cada troca de olhar,
O que sou.
Eu existo!
Não como as pedras
Que apenas são,
Mas como homem consciente de si.
E por esta consciência
Temo não reconhecer nos outros
Nada mais que um reflexo de mim:
Como em um espelho embaçado.
E assim acredito
Que eu não sou eu
Sem ser outro.
Não há homem que seja por si,
Sem, antes disso, ser toda humanidade.


Adilson Sant’Ana Cardoso
Assim, espero que todos possam colocar-se no lugar do outros com mais frequência e então, quem sabe possamos ser mais livres, menos mal resolvidos, mais felizes.

quarta-feira, outubro 12, 2005

Let's go shopping?

Os seguintes diálogos entre vendedores e clientes são comuns nas várias lojas dos shopping centers:
I.
-- Posso ajudá-lo em alguma coisa? -- Não, obrigado. Estou só olhando.
II.

-- Boa tarde, posso ajudar? -- Qual o preço dessa bolsa da Victor Hugo? -- R$949,90 e com o desconto super especial da loja, ele cai pra R$919,99. -- E dessa carteira Louis Vitton? Queria dar uma pra minha amiga que tá fazendo aniversário. -- Essa eu posso te fazer a R$229,90, pois está na promoção. -- Você pode me dar um cartãozinho seu? Tô indo ali buscar meu namorado e volto ainda hoje. (Sorrizinho)

Moral da história: o vendedor perdeu a sua vez de atender e não realizou a venda e poderá não cumprir a sua meta diária de atendimentos e vendas.
Você sabe o que vem a ser um "nó cego"? Esse é o nome que os vendedores que trabalham nas lojas dos shopping centers dão aos clientes que entram nas lojas, experimentam algumas mercadorias e saem sem comprar nada.
Engraçado é que há o perfil do nó cego. Geralmente, ele entra, escolhe um ou mais produtos, faz inúmeras perguntas ao vendedor, pechincha o preço, dá um sorriso desconfiado e sai da loja com as mãos vazias.
Outro tipo de nó cego -- bem menos odiado --, é aquele que exige que o caixa, um simples cumpridor de regras estipuladas pela loja, dê um desconto maior que o possível. Para que ele tenha esse tão sonhado desconto de 23,479% no valor final da compra, o funcionário do caixa precisa chamar seu superior e explicar o que se passa, a fim de que este agrade o cliente. Moral da história: fila para pagar, clientes insatisfeitos com o atendimento, reclamações no final do expediente.
Como professor eu não gosto que alguém atrapalhe meu trabalho e acho que qualquer outro profissional não gostaria de ser atrapalhado. Enfim, quase ninguém gosta (ou deve) ser perturbado durante o trabalho, uma vez que vivemos numa economia capitalista que se baseia em regras e estatísticas para estabelecer quem é (ou são) o melhor (ou os melhores) em algo.
Assim sendo, é melhor não atrapalhar o(a) vendedor(a) e fugir dele se você entrar em uma loja e não for comprar nada.

terça-feira, outubro 04, 2005

Beleza, amor e simplicidade na poesia

Outro dia enquanto eu estava à deriva na Internet, encontrei um poema de Pablo Neruda em um blog. O que mais me atrai em Neruda é a simplicidade de seus poemas, algo que está direta ou indiretamente ligado à simplicidade e a paixão dos poemas de Vinícius de Moraes.
Às vezes devemos ler outros tipos de textos, mesmo que sejam aqueles romances de bolso que podem ser encontrados em qualquer livraria. Ler faz bem a qualquer pessoa. Quando lemos, nos transportamos para um mundo imaginário onde tudo é possível. Puxa, que afirmação mais senso comum.
Segue abaixo o poema que li hoje:
"Para mi corazón basta tu pecho,
para tu libertad bastan mis alas.
Desde mi boca llegará hasta el cielo
lo que estava dormido sobre tu alma.
Es en ti la ilusión de cada día.
Llegas como el rocío a las corolas.
Socavas el horizonte con tu ausencia.
Eternamente en fuga como la ola.
He dicho que cantabas en el viento
como los pinos y como los mástiles.
Como ellos eres alta y taciturna
y entristeces de pronto, como un viaje.
Acogedora como un viejo camino.
Te pueblan ecos y voces nostálgicas.
Yo desperté y a veces emigran y huyen
pájaros que dormían en tu alma."
Como o leitor pode ver, Neruda declara todo o seu amor em versos tão simples. É isso que me toca... o fato de escrever versos tão belos e em uma linguagem tão simples. E quem disse que poesia tem que ser complicada para ser bonita?