
Deu uns tempos para cá me tornei um ser conhecido dentro do meu mundo e fora dele. À minha revelia, mas também com minha anuência, determinados aspectos dos meus pensamentos que faço e gero, se tornaram mais visíveis que outros. Não é que eu queira me queixar. Nem poderia, num momento em que uma das principais queixas de muitas pessoas é a invisibilidade. Não de partes. Mas a invisibilidade total delas, e de seus pensamentos. Ser em parte conhecido, visível, ou conhecido em partes já aparenta alguma vantagem. Principalmente quando se tem, quando se criam ou se conquistam as condições de iluminar o que antes já existia mas não podia ser percebido em plenitude. Ou era simplesmente ignorado. É o que acontece comigo agora com o início deste ano e a descoberta deste sentimento, ao qual me entreguei com a alegria e a inquietação que apenas a liberdade criativa possibilita. Ele? O sentimento? Retirante, vidente, incômodo em seu êxtase constante, também, quase invisível, multiartista a insuflar inquietação e sede de conteporaneidade sem peias a seus pares por décadas. Ele é ruim e bom. Mesmo de tons mais densos, não é de melancolia que quer falar o meu coração. Mas ela está aí. Pra mim é como se ele começasse escuro, numa sessão maldita de cinema à meia-noite. Atravessa uma longa madrugada, clareia aos poucos e termina encandeado de sol tropical ao meio-dia, numa mistura de feijoada e rave. Claro que não é a única leitura possível, e essa talvez seja otimista demais. É na verdade como ele nasceu em mim e aí tomou corpo, isso leva alguns dias.. Posso dizer que isso norteia o meu ego e desnorteia a minha razão...Doidinha, ela luta e renega a rendição! De onde venho há silêncio. Pra preencher esse tipo de abismo os homens abóiam e as mulheres cantam benditos. Às vezes é o contrário. Por artes de diversão os adultos também atracam-se em noites de amor e ódio ou podem passar horas em torno de si, buscando a perfeição... 20 segundos de escuridão! Aqui estou e trago as minhas cicatrizes, trago palavras caladas, trago palavras escritas...trago uma solidão...trago uma ilusão, trago uma esperança, trago um trago...viajo...viajo...construo...destruo...louqueço...enlouqueço...Perdi as minhas crendenciais......as notícias...
1 Comments:
prefiro o silêncio da invisibilidade, mas gostei muito do texto, principalmente da parte final - parece que saiu de um nó de garganta
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