As mulheres de minha vida

Mas as mulheres de minha vida não são assim e jamais aceitariam tal papel diante da sociedade. As mulheres da minha vida são Edna Pontellier, Bertha Young, Tieta, Elizabeth Bates, enfim, mulheres fortes, decididas, guerreiras.
Edna Pontellier é uma personagem da novela The Awakening (O Despertar), de Kate Chopin. Após treze horas de sono ininterrupto, ela acorda e percebe que ela pode ser muito mais que uma das posses do marido, mais que uma mãe devota, mais que uma figurante e, para que isso aconteça, ela deve partir em busca de si mesma, de sua liberdade, em busca de seu verdadeiro "eu".
Bertha Young, 31 anos, é a personagem principal do conto Bliss, de Katherine Mansfield. Para Bertha, sua vida era perfeita, seu marido era perfeito, sua casa era perfeita. Até que esta descobre que era traída pelo marido e, ao invés de sofrer e se acabar em lágrimas, Bertha "dá a volta por cima". Isso não é bárbaro?
Tieta, protagonista do romance Tieta do Agreste, de Jorge Amado, é escurraçada de casa e, ao invés de se lamentar pelas ruas de sua cidadezinha, vai para São Paulo, onde consegue dinheiro suficiente para retornar a Santana do Agreste e se vingar daqueles que um dia a ingnoraram e a chamaram de imoral.
Elizabeth Bates aparece no conto Odour of Chrysantemums, de D.H. Lawrence. Bates sofre nas mãos de um marido alcóolatra, que gastava todo o dinheiro que ganhava trabalhando como mineiro para sustentar seu vício. Cansada de esperar pelo marido, que nunca chegava em casa para jantar com sua esposa e filhos, Elizabeth arremessa a comida no fogão de lenha e dá início a uma nova vida.
Enfim, acho que a mulher não pode e nem deve ser submissa. A mulher deve sim, sentir prazer durante o ato sexual, deve trabalhar, deve se sustentar, deve se sobressair. As mulheres da minha vida são bárbaras, bonitas e, por isso, não devem se curvar a ninguém. Elas devem é fazer com que todos se curvem perante elas.
2 Comments:
E BEM VISIVEL QUE VC SE SENTE COMO UMA MULHER TB DESSA AE QUE VC CITOU
É claro e evidente que eu me sinto como se fosse uma dessas mulheres. Tenho pena daqueles que sonham em ser uma Bertha ou uma Tieta e, se privam disso, aceitando o papel de "homem" -- cujo complexo de Édipo não foi bem resolvido (v. Freud)--, ou mesmo daqueles homens que preferem ser uma simples Elisa (a sonhadora do romance Tieta.
Sinto prazer em dizer que, se eu fosse uma mulher, seria uma Clarissa Dalloway, uma Tieta, uma Bertha, uma Elizabeth, uma Edna. Isso para citar apenas algumas da heroínas da literatura.
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