quarta-feira, agosto 09, 2006

Confusion!!!!!!!!!!!!!

E existe uma confusão de sentimentos no meio do meu peito Às vezes acho que falar pode amenizar Outras acho que o silêncio poderia me explicar algo, mas não pode Às vezes acho que o vento poderia levar embora Às vezes acho que me recolher faria tudo isso mudar... e existe uma confusão de sentimentos no meio do meu peito E penso que não posso fazer nada , só senti-los Às vezes acho que alguns deles retornam com força Às vezes acho que outros morrem para nascer novos sentimentos Às vezes acho que novos sentimentos atordoam-me Às vezes acho que antigos angustiam-me Às vezes acho que alguns dão-me paz... e existe uma confusão de sentimentos no meio do meu peito Às vezes acho que a vida é como o mar, tão visível e pálpavel mas não podemos abarcá-lo Às vezes penso que não sei dizer o que é o amor... só sei sentí-lo Às vezes penso que a amizade é como um jardim que devemos cuidar todos os dias, podá-lo, aguar, adubar... às vezes penso que a família é algo como diamante antes de ser descoberto...... e existe uma confusão de sentimentos no meio do meu peito, às vezes acho sentido no nada e às vezes acho nada sem sentido às vezes acho que não sabemos enxergar com os olhos às vezes acho que os dois lados existem sempre e que o ser humano oscila o tempo todo... e existe uma confusão de sentimentos no meio de meu peito que faz eu ser o que sou agora... e me faz enxergar o que antes eu não via que me faz falar o que antes eu não diria, ouvir o que não queria, que me faz sentir o frio e o calor sem reclamar. E que faz-me fechar os olhos para o que não devo ver no momento...... e existe uma confusão de sentimentos no meio do meu peito, desses que é só confusão, nenhuma explicação que me faz ficar longe de tudo e mais perto de mim... às vezes acho que isso é a verdade...... e existe uma confusão de sentimentos no meio do meu peito embora tudo se transforme em algo que nem sei ainda o que é... só sei do aperto que me dá, do sabor da inércia e do meu olhar que não alcança mais do que a mim mesmo no meio da confusão de sentimentos que existe no meio do meu peito.Uma paz às vezes invande-me ...

domingo, agosto 06, 2006

Amélie: vilã ou mocinha?

Hoje eu escutava a trilha sonora do filme O fabuloso destino de Amélie Poulain ("Le fabuleux destin d'Amélie poulain", França, 2001). Este filme mexe comigo e eu nem sei o porquê. Talvez pelo fato de ele me deixar feliz. Como o próprio Jean-Pierre Jeunet diz, "Amélie é um filme feito para fazer as pessoas felizes".
Porém, algo me intriga. Até que ponto Amélie pode ser vista como mocinha? O ideal seria questionar até que ponto nós somos os mocinhos de qualquer história.
Amélie Poulain é uma moça simples que trabalha como garçonete em um restaurante do Montmartre. A partir disso, pode-se infeir que ela é uma pessoa comum como tantas outras. Silogisticamente, qualquer pessoa tem a oportunidade de mudar seu destino a qualquer momento.
Após encontrar uma caixinha de recordações, Amélie decide mudar seu destino, e a maneira que ela encontra para fazer isso é ajudar -- ou interferir-- (n)a vida alheia. Num primeiro momento, ela devolve a caixinha para Dominique Bretodeau e, ao fazer isso e ver que para ele a vida voltou a fazer algum sentido, ela decide ajudar outras pessoas.
E é nesse momento que surge a questão da vilania, uma vez que Amélie altera o destino de outrem a partir do que ela considerava ser bom para essas pessoas. Prova disso é o que ela faz com Madeleine, a mulher que fora abandonada pelo marido. Mesmo sabendo que o marido de Mado fugiu com outra mulher, Amélie envia-lhe uma carta fazendo com que esta acredite que ele esta no exílio, que não come e nem dorme mais, e que só pensa nela. Logo, Mado passa a acreditar que o marido ainda a amava e que morrera no exílio.
Poderia falar sobre mais coisas que criam o caráter dúbio sobre a dicotomia entre a vilania e o heroismo de Amélie Poulain, mas prefiro ficar por aqui, arrematando com a idéia de Hipolito -- o poeta fracassado --, que melhor representa o conceito de destino da humanidade:

"O destino humano se faz assim, no fracasso. E de fracasso em fracasso, nos acostumamos a nunca passarmos do nível do rascunho. A vida é o interminável ensaio de uma peça que nunca se realizará."