Um ideal!
(Esse post foi publicado primeiramente no meu blog e tem um caráter bastante pessoal. No entanto, achei de boa fama trazê-lo para a revista também, como uma reflexão para todos aqueles que ainda acreditam em sonhos) Acabo de assistir Diários de Motocicleta, filme de Walter Salles sobre a viagem de Ernesto Guevara e seu amigo Alberto Granada pela América do Sul. Apesar de não ter muito talento para crítica de cinema, considero o filme do diretor brasileiro muito bem feito em todos os sentidos que pude observar.
O ator Gael Garcia Bernal é Guevara e Rodrigo de la Serna é Granada (mas isso todo mundo já sabe posto que fui a última dos seres viventes a ver essa linda obra) – perdoem-me caso não tenham gostado do filme...rs rs. Enfim, o que quero realmente dizer com esse post é que o filme muito me tocou no sentido de que ainda acredito em um ideal que se encontra há anos luz da nossa realidade. Como eu queria poder sonhar e, mais que isso, poder viver momentos de prosperidade e sucesso em toda parte do nosso país e dizer que a corrupção não é mais um bloqueio para o desenvolvimento justo e belo da nação (digam o que quiserem, mas o Brasil é uma nação e uma pátria – falo isso porque uma vez um professor que muito admiro até hoje nos disse que tal afirmação não poderia ser proferida). Alguns já me ouviram dizer que penso em seguir carreira política e me aventurar nas rédeas de um governo (embora desacredite que isso um dia irá acontecer) e momentos de reflexão como esses (assistir um filme que mostra as inspirações de Che Guevara para revolucionar a América) me fazem ser um alguém que existe dentro da minha alma que não tem oportunidades para por em prática as exaltações que borbulham lá dentro. Sei que construo períodos longos, mas eles me estimulam a uma escrita mais clara toda vez que sento ao computador para colocar em letras as aflições e anseios de um pobre coração que se encontra sem rumo nesses dias. Voltando ao tópico que escolhi, queria dizer que sinto falta de revolucionários que sonham alto e não exprimem covardia ao construir lutas significativas para a história da humanidade. No entanto, penso que o que mais me desmotiva a lutar por ideais que ainda regam meus pensamentos é a maldade inerente ao coração do homem que o impede de mostrar a benevolência que certamente existe em uma câmara secreta dentro desse mesmo coração. Sinto que meu texto contém motins pessoais e está carregado de raivas que não estou conseguindo reter dentro de uma esfera passiva e tranqüila. Mesmo sendo má tantas vezes e não dotada de uma capacidade de amar as pessoas ao meu redor como eu gostaria, meu senso de justiça se encontra bastante aguçado e tem me levado a questionar o meio que vivemos de uma maneira mais agressiva e incisiva. A maldade que opera reinante me angustia e me entristece a face até as lágrimas.
Sei que Guevara não foi um líder repleto de honestidade e justiça, mas sei que poucos desafiaram a deixar a maldade de lado e fazer sobressair à beleza do conhecimento da raça humana benévola. Tenho muito medo do que possa acontecer a cada dia que passa. As pessoas me assustam imensamente quando tenho que lidar com elas numa posição de ataque ficando minha fragilidade transparentemente visível por quem está por perto. Sinto pena das que não consigo perdoar e daquelas que afundam num abismo da própria corrupção sem perceber que a vaidade e dureza do orgulho corrompem as mentes mais atentas para as circunstâncias derredores. Tudo o que posso concluir de meu texto um tanto quanto senso comum (só não perco para Arnaldo Jabor – quanta baixa auto-estima, quem pode me livrar dela? Socorro!) é que não tenho forças o suficiente para aceitar as situações do jeito em que elas se encontram e nem para aquietar e deixar que o tempo cuide delas (ele apenas esconde debaixo do tapete tudo o que mais cedo ou mais tarde nos acarretará prejuízos na alma doente). Eu sou o tempo que agora opera e não posso mais chorar sozinha sem tentar alcançar um ideal que me consome como fogo abrasador. Não sei até onde conseguirei chegar, mas prometo que não desistir será minha palavra de honra, por mais que os fracassos superem as vitórias que almejo.
Guevara morreu muito novo e não pode lutar o tanto que quis. Farei o meu melhor até o meu fim. |
1 Comments:
Ter um ideal é muito bom e muito importante também. Sou radicalmente contra pessoas que adotam a filosofia "Frozen" de viver, ou seja, "You only see what your eyes want to see..."
Enfim, é melhor eu não falar muito neste comment. Não quero gente grampeando o nosso site.
Mais uma vez tenho que agradecer por ter publicado este texto hoje. Gostei muito.
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