Quem ainda não entrou no clima da copa do mundo? Quem ainda não vestiu ou, ao menos, quis colocar uma camisa verde-amarela da seleção? O clima de futebol atinge muitos e muitos de nós em praticamente em todos os aspectos de nossas vidas.
A quente febre ‘copa do mundo’ transforma o País numa grande panela bicolor, e faz com que as pessoas se unam num clima de festa e alegria numa aparente atmosfera de fraternidade. É só sair para as ruas que podemos ver gente comemorando uma simples vitória da seleção brasileira em cima de qualquer outro time mundial, mesmo que esse seja um time fraco.
Tal clima festivo me remete aos esperadíssimos carnavais fora de época que ocorrem ao redor do Brasil. Tenho comigo a impressão de que as pessoas procuram nesses festivais uma válvula de escape para tanto estresse e frustração que a vida ordinária lhes proporciona.
Nessa nação, temos que trabalhar tanto para nos sustentar que somos muitas vezes obrigados a esquecer o que é lazer. Se não temos acesso a ele mais freqüentemente, procuramos válvulas de escape para liberarmos as tensões causadas no dia-a-dia. Uma conseqüência clara disso que falo é o fato de tantas e tantas pessoas quererem tomar aquela cervejinha do fim do dia – pois este será o momento que terão para a descontração,
depois de um dia estafante de trabalho com o chefe “no pé”.
Sendo assim, as festas, comemorações e eventos festivos que acontecem durante o ano são vistos como ‘oportunidades’ de realmente extravasar o estresse que ficou acumulado. A copa do mundo também é incluída nessa história. Existe hora melhor para “tomar uma” assistindo ao jogo da nossa seleção pentacampeã? Não mesmo! A melhor idéia de fato é reunir os amigos no bar da esquina ou mesmo em casa para que todos bebam e farreiem juntos. Os copos estão sempre cheios, pois parece que a alegria está exclusivamente ligada à cerveja que saboreiam. Acabou a cerveja, acabou a festa!
Portanto, podemos concluir que sem cerveja, a copa do mundo não seria a mesma para muitos; assim como o carnaval, as festas, aniversários, o fim de tarde, o domingo... Qual será então o verdadeiro motivo de alegria das pessoas em tempos festivos? Seria a superseleção brasileira? Seria não ir para o trabalho em dia de jogo do Brasil? Seria, para as afoitas, ver o Kaká? Seriam os amigos reunidos? Ou seria a cervejinha? Na verdade não sei, mas precisa-se rever o que realmente nos torna felizes de verdade: são quem nos rodeia ou o que nos rodeia? É a copa do mundo ou o copo cheio? É curtir as amizades ou curtir a embriaguez?
Cada um sabe escolher o que pensa ser melhor pra si. E você? Já chamou seus amigos para o próximo jogo? Já tomou sua cervejinha hoje? Que venha o próximo copo do mundo!!!