Et quid nunc, Edna?

Hoje eu e uma colega de faculdade conversávamos sobre a vida e sobre Edna Pontellier, a personagem principal da novela The Awakening, de Kate Chopin.
Edna é uma refém de si mesma. Casada com Léonce, um homem que faz parte da alta sociedade de New Orleans, ela é praticamente uma de suas posses, ou seja, uma espécie de objeto de seu marido.
A partir do capítulo XIII, ela acorda de um longo sono e percebe que sua vida mudou, ou melhor, algo nela foi mudado e decide (re)começar sua vida. Após analisar o seu casamento com Léonce, Edna decide "se livrar" deste casamento e se entregar a um tórrido caso de amor com Robert Lebrun.
The Awakening traz como tema a felicidade e, ao abordar tal assunto, Kate Chopin nos faz compreender que a felicidade não é perene, mas sim algo efêmero e prova disso é a insatisfação de Edna, que mesmo após se ver livre de um casamento de aparências, continua querendo mais e mais.
Após ler essa novela, fiquei a pensar em quantas Ednas não existem por aí. Na verdade, Edna só estava insatisfeita com a rotina de sua vida conjugal e, ao invés de encontrar uma solução para esse problema -- que por sinal já teve até post aqui na RTDV (clique aqui) --, Edna prefere fugir dele e acabar com seu casamento e sua família.
Enfim, The Awakening é mais uma dessas histórias em que as ações são previsíveis. Essa minha colega mencionou que essa novela de Kate Chopin se assemelha a romances como Júlia, Sabrina, Mirela etc. Concordo com ela, mas não se pode negar o peso de Edna Pontellier, que é um personagem muitíssimo bem construído.